sábado, 22 de agosto de 2009

Capítulo 17

Douglas pega aquela linda moça no colo, e o senhor de mais idade pega a cadeira. Dirigem-se ao carro, onde aquele senhor abre a porta e Douglas acomoda a moça no banco da frente.

Eu e Fabi apenas nos olhamos. O que seria aquilo? Será que a moça linda da cadeira era aleijada? Fabi colocou a mão sobre a minha e disse:
- Amiga, acho que ele terá muita coisa para te explicar e pelo que te conheço, vá com calma, não coloque os pés pelas mãos. Não julgue, apenas escute.

Depois disso, o dia - que já não estava bom - ficou péssimo. Fomos embora, precisava ir dormir cedo, pois no dia seguinte iria iniciar na Assembléia Legislativa o trabalho temporário, pelo menos isso iria me distrair, afinal, seria a primeira vez que iria trabalhar e ganhar uma graninha.
Dormi e tive pesadelos durante a noite.

Segunda-feira, inicia a semana e uma nova rotina. Pela manhã faculdade e após o almoço, meu primeiro trabalho. Dessa forma seguiu-se a semana. O telefone não tocou nenhuma vez. A tristeza e a mágoa se dissiparam, deixando apenas algumas dúvidas, se ele iria um dia me procurar ou não.
Na sexta-feira a noite o telefone toca e meu irmão atende:

- Bia! Telefone! Acho que é o sapo!

Gelei da cabeça aos pés e com o coração disparado fui atender.

- Alô, é Bia.

- Oi Bia, que bom ouvir tua voz. Como você está?

- Bem. Foi a única coisa que consegui responder.

- Bia, preciso falar com você. Posso passar ai e te pegar?

- Não, não pode. Estou trabalhando agora e hoje estou cansada, foi minha primeira semana e não acostumei com essa rotina ainda. Outro dia, pode ser?


Minha vontade era de falar: “Vem, vem porque estou morrendo de saudades.” Mas o orgulho era maior. Que raiva sentia de mim mesma!

- Compreendo Bia, você está magoada, mas olhe, precisamos conversar. Amanhã então?
Respirei, pensei e falei:
- Douglas, você gostou do campeonato de velas em Canasvieiras? Eu não, achei o resultado injusto. E você?


Segui-se um breve silêncio. Acho que ele compreendeu que o havia visto na praia. Atingi o alvo.

- Amanhã estou passando ai, perto das 2 da tarde.

- Não venha. Já falei, tenho uma nova rotina. Não perca seu tempo.

Desliguei o telefone. Nunca me senti tão segura em toda minha vida. Meu irmão tinha razão, o príncipe virou um sapo e eu estava começando a me tornar adulta.

Um comentário:

  1. Isso Bia! Não dê o braço a torcer rsrsrs... Está se impondo, isso é bom; sinal de amadurecimento...

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