domingo, 23 de agosto de 2009

Capítulo 7

A preocupação era a roupa. O que vestir? Liguei correndo para minha amiga Fabi.
- Fabi, socorro! Preciso de uma roupa decente para sair. O deus grego ligou, vamos ao cinema, amiga. E agora? Eu não tenho nada dessas coisas de saia e salto alto. O que faço?
- Deixa comigo amiga, vou ver o que posso fazer e já te ligo. Quem manda pedir motor de avião, viu? Bem feito, devia era ter pedido um salto alto e umas roupinhas mais femininas né amiga. Mas não se preocupe, você sabe que pode contar comigo. Já te ligo de volta.
Depois de uns vinte minutos minha amiga e fada madrinha retorna a ligação.

- Você tem como passar aqui no DETER? A minha amiga Ângela tem o seu manequim e tem umas roupas lindas, super transadas, você pode escolher. Ela mora aqui ao lado e num instante você chega lá.
- Estou indo. Beijos.

E agora? Não tinha muito tempo. A solução era meu "querido" irmão. Tratei de fazer uma voz bem querida:
- Ô Fernandinho, você me leva ali na Avenida Rio Branco um instantinho? Eu preciso pegar umas roupas na casa de uma amiga.
- Ah!! Agora você vem pedir né? Mas eu não era retardado?
- Mas é urgente e rápido. Vai, me leva lá bem rapidinho?
- Vai sair com tal rei grego? (Usou deboche na fala).
- Não é "rei" grego, é deus grego, seu tanço!
- Agora, além de retardado sou tanço.


Nisso minha mãe entra na cozinha e interfere a meu favor:
- Ajuda sua irmã Fernando, você é o único que sabe dirigir aquele Opala de marcha no volante, ela precisa de ajuda. Colabora filho.
- Tá certo, eu levo, mas sem demorar, preciso sair hoje também.

Cheguei na casa da Ângela, que já estava me esperando. Ficamos conversando e provando roupas. Então depois de quase uma hora e meia decidimos o que iria levar.

Quando retornei para o carro, meu irmão já estava espumando:

- Ô guria, que demora, não adianta se "emperiquitar" toda, porque no seu caso, nem o Ivo Pitanguy dá jeito!

Nem dei bola para a provocação, estava radiante. A roupa não poderia ser mais adequada. Uma blusa verde que acompanhava um casaquinho de malha de manga comprida e um sapado de salto preto. A calça seria jeans e isso eu tinha. Combinou com meu estilo, simples, esportivo, mas bem feminino.

Tomei o banho e fui me arrumar, o tempo já estava se esgotando. Pela primeira vez fiz uma maquiagem no rosto. Usei apenas um lápis no olho e um batom suave. Mais do que isso iria me sentir uma perua.
Meu irmão olhava com olhos atravessados e debochava:
_ Hi..hi...hi.. vai pescar?

Nem dei bola para suas ironias.

Pontualmente, às sete horas, percebo um carro parando na frente de casa.
Abri a porta e fui até no portão. Meu coração estava disparado, batia de forma descompassada.

Um comentário:

  1. Hahaha!De fato isso é normal, quando mulheres demoram a escolher as roupas que vão usar numa ocasião especial. Agora vamos ver como será o encontro com o "Deus Grego".

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